quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O caso da mala


Machado de Assis escreveu "O caso da vara", eu "o caso da mala". Muito menos literário que o primeiro, meu conto trata de uma mala, que deveria ser descarregada em Chapecó, mas acaba sendo despachada no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Sua proprietária, no caso eu, só consegue reaver o produto 14 horas após o desembarque. Poderia ter sido pior. A mala poderia ter sido roubada, extraviada... mas foi localizada e devolvida.

Curioso disso é que fatos anteriores pareciam anunciar esse imprevisto. O embraque, em Brasília, aconteceu com quase duas horas de atraso. Avião lotado e os passageiros carregando tudo o que podiam, e o que não podiam, para dentro do avião. Tive um pressentimento de que teríamos problemas. Batata! A última passageira não encontrou lugar para acomodar a bagagem no compartimento superior. Queriam despachar a mala no bagageiro, o que deixou a mulher furiosa. Ameaçaram pesar todas as bagagem "de mão". Gritaria. Reclamação. A moça anunciando em alto e bom som que era advogada, que conhecia seus direitos. Os passageiros exigeindo medidas urgentes, queriam viajar. Os funcionários da empresa aérea atordoados, nervosos. Quase chamaram a polícia. Até que algumas passageiras resolveram solucionar o problema, trocando bagagens de lugar, mexendo aqui e ali até achar um lugar para a tal mala. Palmas para elas. Agora o avião poderia decolar, em paz.

Chegada a Congonhas. Passageiros desembarcam e embarcam em ritmo frenético, mas ao mesmo tempo aliviados. Faltavam poucos minutos para o aeroporto fechar. Aí sim estaríamos ferrados. Teríamos todos de desmbracar e ir até Guarulhos, e lá se iriam mais algumas horas. Sorte nossa. O avião partiu a uns 5 minutos do tempo regulamentar.

E a mala. Meu sexto sentido me dizia que iria acontecer algo com a minha mala. Era uma mala nova, sua primeira viagem. Uma mala roxa, para ser facilmente identificada. Há essa altura, enquanto eu viajava para a casa da família, a mala ficava,rodando na esteira a espera de sua dona.

Algumas horas depois, era a dona que observava uma a uma as malas passarem até a esteira ficar vazia.

E às 15h30 da tarde termina o caso da mala, com o objeto sendo devolvido á dona, aparentemente sem faltar nada.Não é conto digno de prêmios, mas até que está bem dramático.

Um comentário:

  1. "...Comissão Europeia pretende investigar companhias aéreas e aeroportos
    Cerca de 42 milhões de malas são perdidas nos aeroportos em todo o mundo por ano - 1,2 milhão dessas jamais são encontradas de novo pelos passageiros. Diante dessa situação considerada como "crítica", a Comissão Europeia lançou ontem uma investigação contra empresas aéreas e aeroportos e pretende estabelecer novas multas. Há o temor de que, se essa tendência não for revertida, 70 milhões de malas estarão sendo extraviadas por ano até o 2019.
    "A escala do fenômeno é preocupante", afirma a comissão. No Reino Unido, o Conselho de Usuários do Transporte Aéreo se queixou também de que os passageiros não estão sendo compensados de forma adequada pelas perdas de malas.
    Governo
    Em 2007, a cada 2 mil passageiros, um teve sua mala perdida e nunca mais achada. Diante da dimensão dos prejuízos, a UE agora defende uma "intervenção dos governos". O comissário de Transporte da Europa, Antonio Tajani, anunciou que pedirá informações de empresas aéreas e aeroportos. Segundo ele, entre 2006 e 2007, o número de malas perdidas subiu em 8 milhões de unidades.
    Uma das preocupações é com o comportamento das empresas aéreas de baixo custo, que deixam claro que se recusam a reembolsar passageiros por malas perdidas. Um tratado internacional entre países, assinado em 2004, obriga todas as empresas a compensar os passageiros em caso de perdas.
    Mas, segundo a UE, os registros de abusos por parte das companhias são frequentes. Um dos casos aponta para a Ryanair, que pagou US$ 25 por uma guitarra quebrada durante o transporte. O passageiro havia pedido US$ 2,5 mil."
    www.estadao.com.br

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