sexta-feira, 22 de outubro de 2010

“O caso da bolinha de papel” ou “A fita crepe do mal”

A bola da vez é descobrir quem atirou e o que realmente foi atirado na cabeça do presidenciálvel: um rolo de fita crepe ou uma bolinha de papel? A Marina poderia sugerir um plebiscito. Que tal?

Assisti parte do Bom dia Brasil antes de vir para o trabalho e contabilizei pelo menos 10 minutos de seu tempo dedicado ao caso da bolinha de papel, ou da fita crepe. A matéria teve direito até a análise de imagens por um perito. Bem, mas o principal é o espaço que fatos como esse da tal “agressão” têm na mídia nesse período eleitoral.

Eu já havia escrito aqui que para mim segundo turno é perda de tempo, pois ao contrário de se oportunizar o debate de questões mais importantes, deixa-se espaço para todo o tipo de baixarias. Fiquei satisfeita quando a questão do aborto foi deixada de lado, porque aquilo já estava passando dos limites, mas o assunto ser substituído por esse já é demais. Penso que o infeliz , ou os infelizes, que teve ou tiveram a ideia de jogar a bolinha e ou a fita crepe no Serra não imaginavam que seriam os coadjuvantes do assunto mais comentado da semana. Infeliz ideia. Fizeram a campanha para presidente dar mais uns passos para trás e ainda deram oportunidade para os tucanos se promoverem.

Se foi uma bolinha de papel ou um rolo de fita crepe, isso pra mim não faz diferença. Jogar tomates, ovos podres, sapatos, balões com água e estatuetas em políticos ou candidatos não é um “privilégio” do Brasil. Isso aconteceu com o Bush, com Berlisconi e muitos outros. Isso acontece o tempo todo. O que isso representa é um ato descabido, mas são ações isoladas, de iniciativa individual. Julgar todo um partido ou todo um grupo por isso seria generalizar demais. Seria querer criar fato político. A grande questão está no espaço que a mídia, e em especial alguns veículos de comunicação, tem dado para fatos como esse, numa demonstração clara de preferência por candidatos.

E tem mais. Uma vez uma amiga estava doente, nem me lembro qual foi o problema, e eu a levei a um hospital público. Depois do atendimento do médico ela foi encaminhada para um raio X. Ficamos a espera por cerca de 2 horas, até que ela desistiu e quis ir embora. Uso esse fato para exemplificar que o procedimento mais comum no caso de alguma suspeita de fratura ou ferimento interno é o famoso Raio X. Para isso, entretanto, um paciente precisa esperar por horas. Uma tomografia é um procedimento caro, feito só em últimos casos, e para passar por ele ou o caso é realmente grave (algum acidentado), ou se aguarda por um longo tempo para conseguir o exame. Mas com o Serra foi diferente. A agressão sofrida não deixou nem hematoma, mas foi levado ao hospital para avaliação. Passou por uma tomografia, que obviamente não detectou nada, e foi aconselhado a ficar 24 horas de repouso. Nossa. Não seria o caso de uma internação?

Gente, será que a Dilma não pegou uma pneumonia por causa dos balões de água? Por via das dúvidas não seria melhor examinar? Ah, e será que a Polícia Federal não poderia pedir ajuda do FBI para investigar os casos?
Eu me pergunto o que ainda está por vir até dia 31 de outubro. Talvez seja o caso de nem ver mais os jornais.

Virou comédia. Vejam esse quadro com josé Simão no bol:

Nenhum comentário:

Postar um comentário