sexta-feira, 26 de março de 2010

Em nome da autenticidade...

Tenho visto na internet a guerra que está se travando entre os fâs do BBB Dourado e os que são contra ele. Fico abismada de ler os comentários de quem o considera uma pessoa “verdadeira”, “que diz o que pensa”, etc. e tal... Todos os demais participantes, com exceção dele e da Lia são chamados de falsos (pelos fãs e por eles mesmos). Então os valores éticos e morais de nossa sociedade estão realmente invertidos. Deve-se premiar as pessoas que em nome da “autenticidade” dizem o que pensam, ofendem os outros, não aceitam críticas, e não veem seus próprios defeitos? Só os dos outros? Ser verdadeiro é dizer o que se quer? E onde ficam os princípios essenciais sem os quais seria impossível viver em sociedade?

Encontrei uma definição de autenticidade que cai como uma luva no caso dos BBBs :
“ Autenticidade é a característica de quem é autêntico, íntegro, legítimo, verdadeiro, sincero. Nesse sentido, você deixa de ser autêntico quando: demonstra superioridade ou inferioridade perante os demais; finge ter problemas para levar vantagem sobre alguém; ostenta uma situação incompatível com a sua realidade profissional e financeira; muda com freqüência de credo e opinião; age diferente do que sua consciência manda; deixa-se influenciar pelo comportamento alheio; levanta a voz para fazer valer o seu ponto de vista; abre mão de suas convicções para ser aceito em determinado grupo; vive uma vida que não é sua; acredita mais nos outros do que em si mesmo; preocupa-se mais com os que outros pensam a seu respeito do que você mesmo; fala uma coisa e faz outra.” (Escrito por Jerônimo Mendes)


Quanto aos demais participantes, esses são chamados de fofoqueiros e mentirosos porque “não têm coragem de dizer o que pensam”, são “falsos”. Bem, o que se podia esperar de pessoas confinadas numa casa, sem ter nada para fazer? Engraçado é ver um acusando o outro sem enxergar a si mesmos, mas triste é ver as pessoas aqui de fora concordando com esse tipo de comportamento.

Eu defendo a transparência. Eu mesma sou assim. Não finjo que gosto de alguém quando não gosto. Se estou cansada, triste ou chateada, isso fica evidente, estampado em minha face e no meu comportamento. Se estou descontente com alguma coisa, reclamo. Mas em nome da boa educação, da convivência, da coerência não se pode falar tudo o que se pensa. Viveríamos no caos de fosse assim, aliás, parecido com o que se tornou essa edição do BBB. Falta pensar nas consequências de nossas palavras e nossas atitudes. Num programa de TV isso talvez significasse queda na audiência, mas aqui fora, seria um lugar muito melhor de se viver. O mundo precisa de pessoas mais gentis.

Arisangela

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