sexta-feira, 12 de março de 2010

Estou acompanhando o blog da Martha Medeiros, o link está aí ao lado, podem acessar... Extraio de lá este texto que sugere um exercício interessante de escrita...

Quando não temos nada de prático nos atazanando a vida, a preocupação passa a ser existencial. Pouco importa de onde viemos e para onde vamos, mas quem somos é crucial descobrir.

A gente é o que a gente gosta. A gente é nossa comida preferida, os filmes que a gente curte, os amigos que escolhemos, as roupas que a gente veste, a estação do ano preferida, nosso esporte, as cidades que nos encantam. Você não está fazendo nada agora? Eu idem. Vamos listar quem a gente é: você daí e eu daqui.

Eu sou outono, disparado. E ligeiramente primavera. Estações transitórias.

Sou Woody Allen. Sou Lenny Kravitz. Sou Marilia Gabriela. Sou Nelson Motta. Sou Nick Hornby. Sou Ivan Lessa. Sou Saramago.

Sou pães, queijos e vinhos, os três alimentos que eu levaria para uma ilha deserta, mas não sou ilha deserta: sou metrópole.

Sou bala azedinha. Sou coca-cola. Sou salada caprese. Sou camarão à baiana. Sou filé com fritas. Sou morango com sorvete de creme. Sou linguado com molho de limão. Sou cachorro-quente com mostarda e queijo ralado. Do churrasco, sou o pão com alho.

Sou livros. Discos. Dicionários. Sou guias de viagem. Revistas. Sou mapas. Sou Internet. Já fui muito tevê, hoje só um pouco GNT. Rádio. Rock. Lounge. Cinema. Cinema. Cinema. Teatro.

Sou azul. Sou colorada. Sou cabelo liso. Sou jeans. Sou balaio de saldos. Sou ventilador de teto. Sou avião. Sou jeep. Sou bicicleta. Sou à pé.

Você está fazendo sua lista? Tô esperando.

Sou tapetes e panos. Sou abajur. Sou banho tinindo. Hidratantes. Não sou musculação, mas finjo que sou três vezes por semana. Sou mar. Não sou areia. Sou Londres. Rio. Porto Alegre.

Sou mais cama que mesa, mais dia que noite, mais flor que fruta, mais salgado que doce, mais música que silêncio, mais pizza que banquete, mais champanhe que caipirinha. Sou esmalte fraquinho. Sou cara lavada. Sou Gisele. Sou delírio. Sou eu mesma.

Agora é sua vez.
Era esse o texto. Putz, terminar dizendo que sou Gisele foi de um atrevimento... Mas entendo o que eu queria dizer: na minha fantasia, se eu fosse belíssima seria como ela, esportiva e simples. No mais, sigo sendo tudo o que listei e mais.
Ontem, assistindo ao Saia Justa, curti o último bloco, em que a Monica Waldvogel sugeriu um exercício semelhante: pediu pra cada uma das participantes do programa citar três coisas que fazem valer a pena estar vivo. Ela se inspirou numa cena do filme Manhattan, de Woody Allen, em que ele faz uma lista das coisas pelas quais vale a pena levantar de manhã. Well, a minha lista seria interminável. Além de tudo o que já foi dito no texto acima, eu ainda incluiria os livros do Philip Roth, Fernando de Noronha, os Beatles, estar entre meus amigos íntimos, dançar, alguns pensamentos do filósofo romeno Cioran, uma taça de vinho tinto em frente à lareira no inverno, filmes com o Javier Bardem, dirigir meu EcoSport com o som bem alto, sexo, sexo, sexo... e beijos!


Esse é o meu:

Eu sou inverno, fria mas aconchegante, sóbria mas cativante. Sou às vezes silêncio, às vezes vento. Sou um pouco solidão, um pouco multidão. Sou o que sou.
Sou Isabel Alende. Sou Angelina Jolie. Sou Cecília Meireles. Sou Luiz Fernando Verísssimo. Sou Dom Quixote.
Sou sorvete, crepes e muito morando. Sou ice. Sou vinho tinto seco. Sou crepe, churrasco e caipirinha.
Sou chiclete de menta. Sou chá nos dias frios. Sou café com leite. Sou suco de abacaxi com hortelã.
Sou incenso e velas. Sou livros e revistas. Ainda sou das cartas.
Sou gramática. Sou dicionários e manuais. Sou batom. Sou gordurinhas.
Sou de sombra e água fresca.Sou campo. Sou casa.
Sou distância e saudades. Sou família.




E as três coisas pelas quais vale a pena levantar pela manhã: estar viva. Minha família. Meu amor. Meu cachorro... Descobrir a cada dia alguma coisa nova. Conhecer as coisas maravilhososas que existem no mundo.

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