quarta-feira, 19 de maio de 2010

Um dia daqueles...

A tarde começou péssima. Quando tem reunião com o chefe, boa coisa não é. Erros idiotas comprometeram o trabalho, fizeram o chefe ser repreendido pelos seus superiores e este, a nós. Fiquei tão chateada, me senti tão culpada, mesmo a responsabilidade não sendo apenas minha. Depois ainda ter que ficar ouvindo um monte de comentários dos colegas e aguentar o clima que se estabeleceu: apreensão, insegurança. Para entender: alguns documentos elaborados ontem voltaram com erros de digitação. Mas a redatora/revisora não viu, no caso, eu. Todos foram repreendidos por isso e a imagem da redação ficou abalada. Aí, por excesso, os textos não só foram corrigidos como refeitos!!!
Depois que a nova chefe de gabinete assumiu yem sido sempre assim: faz-se, refaz-se, um modelo que a gente usa num dia já não serve no outro... Nossa capacidade sempre colocada em jogo, como se fossemos profissionais despreparados, subestimando nossas capacidades. Alguns dias são assim mesmo... amanhã é outro dia.

5 comentários:

  1. Nossa parece com o aprendiz universitário, mas saibam que todos são importante em suas funções. abraço

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  2. O poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas. (R. Kurz)

    O psicanalista J. Lacan [1] ,observou que a partir do momento em que alguém se vê "rei", ele muda sua personalidade. Um cidadão qualquer quando sobe ao poder [2] , altera seu psiquismo. Seu olhar sobre os outros será diferente; admita ou não ele olhará "de cima" os seus "governados", os "comandados", os "coordenados", enfim, os demais.



    Do ponto de vista psicológico, observa-se que o poder faz o ocupante perder a própria identidade pessoal e assumir outra, contornada pela "fôrma" do próprio poder. Os cargos executivos (presidente, governador, prefeito, diretor, reitor, etc), tem uma fôrma própria, um lugar que marca uma certa diferença em quem a ocupa em relação aos cargos de segundo escalão (ministros, secretários disso e daquilo, chefes de gabinetes, assessores, etc). As "pequenas autoridades" dos escalões inferiores - mas com algum poder - costumam ter atitudes mais protofascistas que as grandes. São mais propensas a "vender sua alma ao diabo" que as grandes para estar no poder.

    O psicólogo Ricardo Vieira, da UERJ, de quem me inspirei para continuar seu artigo, levanta os quatro primeiros indicadores de mudanças que ocorrem com as pessoas que chegam ao poder:

    1) no modo de vestir: o terno, a gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los. Alguns demonstram certo constrangimento em trocar a surrada camiseta e passar a usar um blazer ou uma camisa de linho, pelo menos nas ocasiões especiais. Se antes usava um cabelo comprido, despenteado, logo é orientado a cortá-lo, penteá-lo, dar um trato. Na última eleição para prefeito de Maringá, um candidato foi orientado pelo seu marketeiro para mudar o cabelo enrolado por um penteado de brilhantina. Perdeu a eleição.

    2) mudam as relações pessoais: os antigos companheiros poderão ser substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de "ser mal visto", precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder.

    3) altera o tratamento com o outro, que torna-se autoritário com seus subordinados; gritos e ameaças passam a ser seu estilo. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? O autor de O príncipe respondeu que "os dois mas se houver necessidade de escolha, é melhor ser temido do que amado".

    4) mudam os antigos apoios e alianças. Aqueles que o apoiaram chegar ao poder, transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação com os antigos colegas de profissão. É o caso do presidente FHC e do seu Ministro da Educação Paulo Renato Souza, depois de executivos, ambos não se vêem mais professores.

    5) Resistência em fazer auto-crítica. Antes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela "sua outra face", não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Uma pesquisa de Pedro Demo, da Universidade de Brasília, constata que os profissionais de academias apreciam criticar a tudo e a todos, mas são pouco eficazes na crítica para consigo mesmos. Enquanto só teorizavam, nada resolviam, mas quando passam a ocupar um cargo que exige ação prática, terá que testar a teoria; agora é que "a prática se torna o critério da verdade" [5] . Por falta de referencial e por excesso de idealismo, é freqüente ocorrerem bobagens e repetições dos antigos adversários, tais como: fazer aumentos abusivos de impostos, aplicar multas injustas, discursos cínicos para justificar um ato imoral de abuso de poder, etc. Há um provérbio oriental que diz: "quem vence dragões, também vira dragão".


    Infelizmente assim é o poder: seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários.

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  5. O texto está disponível em:
    http://www.espacoacademico.com.br/008/08ray.htm

    Beijos meu amor.

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