quarta-feira, 12 de maio de 2010

Aqui no reino é assim

Aqui no reino é assim: quando os súditos querem exigir seus direitos, ou o que pensam ser seus direitos, tomam conta dos arredores do palácio, impedem a passagem dos transeuntes e criam a maior confusão no trânsito. Foi o que aconteceu hoje. Sorte minha que ouvi o aviso de que o acesso seria tomado pelos manifestantes e me apressei para chegar antes disso. Sem ganhar hora extra. Sou a favor de que as pessoas manifestenm sua indignação, cobrem atitudes das autoridades, mas o caso é que aqui isso acontece toda semana. Quem tem que trabalhar no reino é que acaba pagando o preço mais caro. E a vida segue...



Que saudade do frio!!!

Enquanto minha mãe se aquecia ao lado do fogão, no domingo, eu tomava banho de cachoeira!! Apesar de o passeio ao Salto Corumbá ter sido muito legal, dia de sol, água gelada, belas paisagens... sinto falta do friozinho de minha terra natal. Comer pinhão, pipoca, tomar o mate de leite que minha mãe faz. A casa fica tão mais aconchegante quando é frio.
Até agora eu não havia sentido diferença entre o clima daqui e de Chapecó. Os dias estavam até menos quentes doque lá. Mas agora que o friozinho bateu lá e aqui os dias ainda são quentes, começo a perceber a diferença.

Um comentário:

  1. O FRIO
    Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para poderem receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Se o fogo apagasse - eles sabiam -, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.

    O primeiro homem era um racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então ele raciocinou consigo mesmo:

    - "Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E guardou-a, protegendo-a dos olhares dos demais.

    O segundo homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu no círculo em torno do fogo bruxuleante, um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e enquanto mentalmente sonhava com o seu lucro, pensou:

    - "Eu? Dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso?" E reservou-a.

    O terceiro homem era um negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático:

    - "É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar àqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.

    O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Ele pensou:

    - "Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."

    O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.

    O último homem trazia, nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido.

    - "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem o menor dos meus gravetos".

    Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente se apagou. Ao alvorecer do dia, quando os homens do Socorro chegara à caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de Socorro disse:

    - "O frio que os matou não foi o de fora, mas o frio que veio de dentro".

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