segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Parece que foi ontem

Parece que foi ontem que eu me afastei do trabalho para aguardar o nascimento de Francisco, no entanto já se passaram seis meses. Não fossem alguns dias de férias, eu já estaria voltando a trabalhar na próxima quarta. Estou tentando me preparar psicologicamente há pelo menos um mês, acredito estar preparada, mas isso vamos ver na prática. Francisco já está passando algumas horas no berçário para adaptação (minha e dele). É difícil largar o cordão que nos une; deixá-lo sem mim por perto, ou melhor, ficar sem ele por perto. Eu sei, todo mundo diz que as mães são todas iguais, que quem sofre mais são elas e não os bebês. Não estou sofrendo (ainda), apenas acho estranho e fico preocupada se ele vai estar bem, se não vai passar fome, se vai se sentir confortável... Foram seis meses de convívio diário, na maior parte do tempo só nós dois, aprendendo a nos conhecer, a nos amar. Isso é muito forte. Agora, na fase em que se encontra, e no momento quer a convivência diária sofre um corte, é a fase em que percebo que ele me reconhece; me segue com os olhos, chora quando percebe que não estou por perto e começa até a estender os braços na minha direção. Esse período de dedicação exclusiva foi fundamental, é fundamental para mães e filhos. É o momento para firmar o vínculo, para se reconhecerem, para que o bebê se adapte ao mundo, uma fase de dependência extrema. Parecia que esse período de licença seria infinito. Estava tão longe de acabar, e agora está aí... batendo na porta. Meu bebezinho já está comendo as primeiras papinhas, resmunga para ouvir sua própria voz, faz manha, sorri... meu bebezinho está crescendo e quando eu menos esperar já estarei organizando sua festinha de aniversário. O lamentável é privar os avós, tios, primos, e privá-lo também, dessa convivência, e da oportunidade de estarem por perto quando ele der os primeiros passos, quando disser as primeiras palavras. De longe, todos sentem essa falta. Muitas vezes me pego olhando para ele e pensando “ele é meu”, num misto de espanto e de orgulho. Estava acostumada a conviver com crianças, a amá-las, mas o período juntos era passageiro. As responsabilidades não eram minhas. Agora são. Agora essa criança não vai para casa ao final de algumas horas. Ela é minha 24 horas por dia!! É maravilhoso, é assustador, é surpreendente... é fascinante. Ele é meu filho, meu tesouro.

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